2006/04/24

 

Queridos professores, por Melissa

Depois de pai e mãe, professor é a pessoa que mais pode influenciar uma criança. Eles variam de tamanho, idade, matéria e outras mil coisas, mas uma coisa é certa, têm nas mãos o poder de mudar muita coisa na vida de seus alunos.

Hoje, com 26 anos, e na metade da faculdade, ainda tenho muito professor pela frente. Cada matéria nova do meu curso será dada por um professor novo. Isso gera uma expectativa quase sempre prejudicial. Fofoca de como professor é, não é, foi e será vira sempre assunto e a fofoca corre solta.

Eu tenho que admitir que fui uma aluna aplicada mas não era fácil com os professores. Todo ano invocava com um ou outro, e levava bronca da minha mãe quando chegava em casa reclamando e contando o que tal professor falou ou fez. Fui mandada várias vezes para a sala do diretor, ou para ficar ‘pensando no que tinha feito’ fora da sala. Nos últimos anos, aprendi a segurar o meu pavio curto, mas algumas vezes tive razão.

Por exemplo, na vez em que entreguei um trabalho para um professor de religião, escrito a mão. Ele tinha pedido para todos escreverem no computador, mas por uma razão que agora não me lembro, não pude. Mas tive que fazer do mesmo jeito. Então entreguei e uma semana depois recebi de volta com a a nota: D. (Sistema ia de A para F, sendo A equivalente à um 10.) Em baixo do D, ele escreveu que eu merecia um B, mas como eu tinha feito à mão, então a minha nota era D. Isso virou um caso para as autoridades da escola e minha mãe foi na escola bater um papo com esse religioso.

Eu me lembro de todos os professores que tive; do primário até o colegial. Lembro também de professor de piano, da professora de inglês que me preparou para fazer uma prova quando tinha cinco anos. Foram meses de preparo e aulas quase todas as tardes. Eu tinha que saber o básico para poder entrar na escola que meus pais queriam que eu entrasse. Na hora de fazer a prova, não abri a boca (para o orgulho da minha mãe). No fim fizeram um acordo e me colocaram no pré ao invés da primeira série. Assim poderia ter tempo de aprender normalmente.

Muitos professores me marcaram, e ainda lembro deles com carinho. Outros nem tanto. Professor de matéria que eu não gostava tanto difícilmente era popular e o contrário vale para professores de matérias que até hoje me interesso, mesmo não tendo nada a ver com jornalismo.

Por exemplo, o meu professor de biologia e química que tive durante o colegial. Foi com ele que meu interesse e fascínio pela biologia nasceu. Ele conseguiu, pelo menos comigo, me fazer ver a beleza da biologia. Também me interesso por química, mas nunca tive a mesma facilidade. Com a química tive que estudar o triplo do normal para poder passar. Mas eu adorava as quartas-feiras, quando tínhamos o laboratório só para nós.

Matemática nunca foi o meu forte, e nunca tive notas altíssimas. Mas aprendi q ver a matemática como um jogo. Um jogo com regras que têm que serem aprendidas. Acho que os professoras sabiam o quanto eu tinha que estudar para conseguir passar nas matérias que involviam cálculos e muitos me ajudaram. Um chegou até a me dar a minha prova final, que faltava alguns pontos para ser aprovada, me dizendo que eu deveria sentar e tentar resolver mais alguns exercícios. Quando disse que eu realmente não ia conseguir resolver mais nada, ele insistiu. E foi assim que passei o meu curso de algebra e trigonometria.

Infelizmente, os meus professores de história e geografia não me marcarm tanto. Mas como disse, cada professor com o seu jeito de ensinar. A professora de história do Brasil, escrevia tudo no quadro negro e ai de quem não copiasse. As provas delas eram temidas. Era ela que corrigia prova com caneta vermelha e parecia que o papel estava sangrando. Numa questão que valia dez pontos, ela, nunca satisfeita com a sua resposta, te dava dois pontos e escrevia ‘SÓ???’.

A outra, de história mundial, tinha um jeito muito mais tranquilo de ensinar e queria que nós aprendessemos. Ela dava não só as dez perguntas que poderiam cair na prova, mas também as respostas, dois ou três dias antes. No dia da prova, fazia sorteio.

Mas professor também pode ser um pouco estranho. A minha da quinta série, proibiu a classe toda de usar isopor para fazer projetos. Ela era, aparentemente, muito preucupada com o meio ambiente. Mas fazia coleção de mariposas e tinha várias. Ela foi parar na escola perfeita para sua hobby, porque era rodeada por uma floresta. Um dia na fila do almoço, avistou uma mariposa enorme na parede e não resistiu. Fincou o garfo nela e levou para casa. Aquela cena nunca saiu da minha cabeça. E ela também misturava o café com uma chave comprida que trancava a nossa sala.

As que mais me marcaram foram as de português, inglês e literatura. A professora de literatura (em inglês) do último ano tinha fama de má e brava na escola. Todos os alunos tinham medo dela. No fim do ano, foi um dos cursos mais agradáveis e ela uma das professora mais queridas. As outras de português e literatura (em português) também me marcaram muito. Me marcarm tanto que escrever é o que escolhi fazer, na profissão e no tempo livre. Deixo aqui meus agradecimentos.

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